quarta-feira, 12 de outubro de 2016
22 Pecados fatais da (os) música (os) moçambicana (os)
A música moçambicana tem desde a sua emergência
enfrentado problemas de diversas temáticas (assim como o faz a música de outras
partes do mundo). Mas acredito que mais crítico e polémico tem sido os últimos
acontecimentos. Digo isto porque se voltarmos aos anos 60 para 80 verificamos
uma altura (auge da cultura moçambicana) em que o que reinava era a exaltação
da cultura moçambicana, nas vozes, seja de Fanny Fumo, Xidiminguana, Avelino Mondlane
entre outros que de tudo faziam para que a sociedade moçambicana não se
esquecesse das suas raízes, formas de manifestação, suas vestes e acima de tudo
o que lhe diferencia do resto do mundo. Era uma época de boas colheitas
musicais…acredito fortemente nisso.
Quando falo da exaltação da cultura, quero sim dizer que
o que mais se notava era uma música virada essencialmente seja para a
libertação e educação, não sendo tao notável a “vontade” de os músicos tenderem
a internacionalizarem-se (hipoteticamente). Mas o ponto de destaque não são os
da velha guarda, essencialmente.
Este artigo, que espero ser útil para reflexão e mudanças
de atitude, vem no sentido de mexer na ferida que retrocede a cultura, em
particular a música moçambicana, olhando para os músicos da nova geração, que
se tem deparado com desafios, alguns criados por eles mesmos, assim como pela
falta, por vezes, de conhecimento sobre a área em que eles decidem investir
nela. Vamos em pontos?:
Muitos países são conhecidos, maioritariamente, por causa
de seus activistas culturais (artistas/músicos/cantores) que muito elevam a sua
bandeira e fazem o mundo ficar tentado em conhecer as suas origens. Não penso que
a receita de dar valor a música seja encontrada num génio da lâmpada do Aladim,
mas sim através de políticas e estratégias no sentido de tornar mais efectivo o
que é produzido pelos cidadãos/artistas.
Não prevejo um sucesso musical efectivo e firme enquanto
como sociedade nos preocuparmos mais em atirar pedras do que apoiar. Poderiam
me perguntar se estou a advogar o apoio de produtos de má qualidade. Mas o
ponto aqui não é esse. O ponto é pensar em trazer o mau para o bom, é fazer com
que as pessoas com dúvidas sobre o que fazem encontrem mais motivos para serem
eficazes e proactivos.
A sociedade é, para mim, feita de pensamentos diversos, e
não podemos simplesmente pensar na música de forma limitada a velha guarda, já
que acreditamos que é nesse período que mais houve produções de qualidade, não
que eu duvide.
O ponto é o seguinte: as novas manifestações musicais vem
numa altura em que o mundo se metamorfoseia e precisa ser compreendido em
diversas perspectivas. Ignorantes nos tornaríamos se negarmos a evolução das espécies
que outrora Darwin falara. O mundo está em contante mudança…os seres
humanos…assim como a forma como eles se comportam.
Por exemplo, podemos até considerar um atropelo a língua
a forma como os jovens (nos quais me incluo) ultimamente escrevem as suas
mensagens de texto, de forma resumida (por exemplo vrdde no lugar de verdade, etc), mas porque não pensar/reflectir
nisso como um avanço linguístico, afinal de contas, a expressão linguística
nunca parou de evoluir. Desde a idade de pedra, a extinção (aparente) do latim até
a criação de novos idiomas. Mas com certeza que não escrevo este artigo para
falar da evolução das línguas ou até dar razão a forma “errónea” como se
escrevem mensagens (resumidas) nos últimos tempos.
Coloco esta abordagem para fazer perceber que nós é que
definimos como as coisas se devem comportar, o que me faz questionar o porquê
de ainda não termos criado um Lionel Richie ou Michael Jackson moçambicano.
Não podemos ser simplesmente consumidores passivos e
apreciadores. Discutimos muito sobre a música que esquecemos de faze-la.
Quando falo de “criação” de um Lionel Richie moçambicano,
estou a falar de investirmos em nossos músicos para que estes sejam espelho de
seus seguidores, da sua nação, para que o mundo afora reconheça as suas
qualidades. Nenhum países vai reconhecer um músico que é rejeitado pelo próprio
país.
Estamos todos dias a exaltar os nomes de diversos bons
músicos, até fazemos festas de homenagens. Mas tais festas de que servem se o
tal músico regressa a sua casa e questiona-se de forma frustrada porquê não
consegue sentir o resultado de todo o esforço que empreendeu na sua carreira.
Existem muitos músicos que precisariam de assistência.
Alguns, que com idade avançada poderão se ir (permitam-me assim dizer) sem ter
deixado um legado tangível a sociedade. Se falo de um legado tangível, falo por
exemplo de uma plataforma que se pode construir no sentido de fazer o upload de
todos os dados musicais de nossos músicos, afinal de contas, até alguns músicos
não conseguem se lembrar da sua primeira gravação, isto porque lhes falta um
acervo de conservação dos seus dados musicais que os ajudaria a estarem atentos
nas suas actividades.
Os músicos famosos não são só feitos da sua forma de
dançar ou vestir, são sim feitos da capacidade de poderem gerenciar a sua
carreira. Pode até parecer uma ignorância da minha parte, mas me arrisco
fortemente a dizer que 90% ou mais dos nossos músicos não tem um plano de
gestão de suas carreiras. Actuam, aparecem nas telas televisivas, mas as coisas
terminam por aí, não há um seguimento das coisas. Então me pergunto: O que
estaria a falhar.
Será o medo de procurarem pessoas capacitadas a lhes
abrir a mente para melhor controlarem o que fazem? Sobre este ponto poderei debruçar
mais avante.
O que deixo ficar antes de entrar nos 25 pecados fatais
da música moçambicana, é o desafio de se investir mais nos nossos quadros
musicais. Temos muita riqueza musical aqui dentro (Moçambique) que acredito não
conseguirmos ver. O importante é sentarmos, fazermos um plano de gestão e
abrirmos mecanismos para que exista uma plataforma musical moçambicana onde o
mundo todo possa encontrar o seu músico preferido. Meios para fazer essa
plataforma? São vários os meios (não vou aqui abordar porque não é o tópico da
minha análise).
v
Pecado 1: Pesquisa
de ritmos musicais
Um cantor/músico não pode só ser feito da voz linda voz
(se é que a voz seja o mais importante numa musica). Ele precisa saber o que está
a fazer.
Encontramos fazedores da música que aventuram neste mundo
porque foi convidado pelo seu primo a abrirem um estúdio e a começarem fazer os
bits/instrumentais, mas sem necessariamente saber o que vem a seguir.
O que estou a dizer é que o cantor/músico precisa antes
de se expor conhecer o mundo onde vai viver. Não vais abrir uma conta bancária
se nunca vais depositar dinheiro. Tens é que reconhecer que ainda és aprendiz e
procurares pesquisar sobre o ritmo musical que mais te deixa “excitado” para que
possas ter uma mente aberta para o sucesso dos teus planos.
Tua letra musical dificilmente vai espelhar uma realidade
social enquanto quiseres cantar todas dores do mundo em apenas três (3)
minutos, por isso que as musicas tem temas. Aliás, o que estou a tentar dizer é
que se és um viciado em Rap, que o faça, mas sabendo ler os passos do Tupac,
por exemplo, para saber como ele pensava o Rap.
Se queres fazer a marrabenta, faça mais saiba ler sobre
os diversos músicos que foram pioneiros ou que praticam a marrabenta para
poderes perceber como eles usam a guitarra ou violino na criação de uma boa
marrabenta. Tudo tem a ver com perspectiva. Não vais fazer nada sozinho: nem
mesmo a fama que tanto ambicionas.
Então, sente, reflicta, pesquise, tenha um manual ou caderno
que vais registar toda aprendizagem, ou vais ler sobre os ritmos, pergunte, se
aproxime a pessoas mais vividas/experientes e deixe-se ser aprendiz enquanto te
preparas para fazer história.
·
Pecado 2: Músicos
antigos ajudando os novos
É importante que os músicos se interrelacionem entre si.
Quando falo de inter-relação, falo de troca de ideias e não de trocas números
de telefones.
Temos, sem dúvidas, um vasto universo de conhecimento
entre nós, através de músicos que já vem a longa data praticando e criando
novos sons musicais (ainda que alguns não saibam como o fizeram). Mas tal
conhecimento pode não ser-nos útil enquanto só estiver resumido nos três (3) minutos
da música que escutamos quando estamos no carro e chegamos ao ponto de fazer
next quando já nos fartamos de escutar/ouvir.
A coisa é a seguinte: precisamos que os músicos/cantores
sejam capazes de assistir aos fazedores emergentes da música. Mas para isso é
importante, claro, que alguns se livrem do “importantismo”.
Enquanto nos acharmos importantes de mais, enquanto acharmos que somos apenas
assinantes de autógrafos, então estamos condenados a ignorância de não saber
passar o conhecimento para os outros.
Se quisermos ser mais produtivos e activos no que
fazemos, precisamos criar fóruns nacionais e/ou locais para debater a música.
Falo de debater a música no sentido cultural e não politico como se tem feito.
Para isso, precisaríamos delegar representantes musicais (não por afinidade
politica/amizade/familiaridade) no sentido de fazer-se a música respeitando
alguns padrões que não podem ser rompidos, ainda que reconheçamos a existência
da evolução das coisas.
Importa lembrar que isto seria até benéfico para os
próprios artistas que ajudariam os outros porque já saberiam que a sua experiência
não foi jogada no chão, mas sim investida na criação de novas mentes capazes de
ensinar a sociedade através da música. Se quisermos que a música seja levada a sério,
então que se seja sério como fazedor da mesma.
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Pecado 3: Análise
de letras musicais VS vantagens ao ensino
Vivemos numa sociedade em que apenas alguns músicos são
valorizados, por diversas razões que não me importam aqui frisar. Mas o que
importa referenciar é que perdemos muito não analisando de forma consistente as
músicas que são produzidas.
Perdemos porque há muito conhecimento a ser aproveitado
nas letras musicais que andam por aí. A música é e deve ser tida como uma
profissão, claro, se for praticada de forma profissional também. Não quero aqui
defender os “alienígenas musicais” que lançam uma música hoje e amanhã
desaparecem. Há muitos que lutam dia e noite para que a música seja lançada e
saia com a qualidade desejada. Então, porquê não aproveitar esses e fazer deles
um elemento essencial para o ensino? Porquê não escutar letras do Wazimbo,
Stewart, Mingas, Gue-Gue, no sentido de aproveitar a sua inspiração para criar
textos didácticos, criar exercícios académicos, criar testes/exames? Pensemos:
Se eu escuto “A Lirandzo” de Hortêncio Langa, consigo sentir uma carga emotiva
e ao mesmo tempo de ensinamento da música. Porquê não, ou publicar a letra
musical num livro de português, ou ainda criar textos incompletos/quebra-cabeças
no sentido de dinamizar o ensino. Nota-se que não estou a problematizar a
língua pela qual as músicas são escritas. Discuto sim a essência do fazer música.
A música não é só para ser ouvida, mas sim para ser
consumida de forma táctica e estratégica, no sentido de fazer dela um
catalisador que dinamize o desenvolvimento de uma sociedade. Para que isso
aconteça, precisaríamos claramente de criação de comissões que debatessem a música.
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Pecado 4: Assessorar
vida artística (Um artista precisa sempre dum assessor)
Quando para assistir os fazedores da música, vejo muito
de “eu dependo de mim mesmo”. E é isso que muitas vezes estraga o rumo de
alguns. Porque você não vai conseguir gerir a tua imagem enquanto escreves a
letra musical ao mesmo tempo. Precisarias de muita criatividade e muita avareza
em pagar alguém que faça isso por si. Então, se quiseres pensar seriamente em
como alavancar a sua carreira, pense em alguém que te ajude a fazer a tua
carreira, alguém que será o teu olho no objectivo certo: o teu sucesso/fama.
Procurar a fama é as vezes como procurar uma “matequenha”
que faz-nos coçar o nosso pé. É só questão de concentração até saber onde ela está
escondida que facilmente a vais desalojar da sua pele. O que tento dizer é que
um músico não é quem vai criar a sua página oficial, por exemplo, ele deve
estar preocupado em coisas mais práticas, como por exemplo inspirar-se nos
eventos da vida para escrever algo que nos ajude a raciocinar e ver o mundo
numa nova dinâmica/perspectiva, pois de nada me vale ouvir “eu sou rico…eu sou
niggaz” se isso não me vai ajudar a ser mais proactivo e mais visionário.
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Pecado 5: Intercâmbios
mundo fora
Temos muitos irmãos que se perdem na gula da fama. Lançou
o primeiro vídeo e já em seguida quer viajar para Angola, Portugal, Nova Iorque
para fazer sei la o quê. Precisamos de foco aqui.
Eu acredito que um intercâmbio a mundo afora é algo
preparado e cozido bem. Tens sim que aproveitar o momento da fama para fazer
parcerias, mas tens que pensar e como usar a fama como um aliado, ao seu favor.
Somos uma parte do mundo, mas ao mesmo tempo somos o que
complementa o mundo. O que estou a dizer que não existe nenhum país/cultura que
não fortifique o mundo. Todos somos parte de uma colmeia onde as abelhas
produzem o mel. Então, se saímos a procura de parcerias tem que se ser
estratégico, no sentido de saber ter olhos de ver quem poderia solidificar a
sua carreira. Então pense em que achas que podes lançar junto dele o seu
segundo vídeo, mas não use a emergência do tal escolhido porque a ferida as
vezes dói mais quando começa a sarrar.
Alguns músicos de fora que “batem” por cá são como febres
que aparecem e desaparecem logo que se encontra uma cura efectiva. Daí que
precisas ter alguém que vai servir de argamassa na tua carreira. Fazer
intercâmbios é uma forma de promover a sua imagem, então se o queres fazer vai
preparado, te sentido pronto musicalmente e capaz de provar ao mundo que te
podem chamar de novo para um outro show. Não viajes por emoção. Saiba ser
estratégico e mais visionário nas suas atitudes.
Sonhe com coisas altas, mas nunca te esqueças do
profissionalismo, pois isso é que vai-te garantir que sejas quem pretendes ser
no teu futuro.
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Pecado 6: “Perfil”
do artista
Este ponto é demasiado preocupante. Temos músicos que
estão a mais de 60 anos ou mais a nos encantarem enquanto nos fazem sonhar com
um mundo de possibilidades, mas os mesmos não sabem gerir sua vida artística.
Ter um perfil do artista, permite a sociedade/fãs a
fazerem quem é o seu ídolo, através do tal perfil que vai guiar a sociedade no
descobrimento do que cada artista fez durante a sua vida, seja artística ou
pessoal. Note-se que um artista sem um “perfil” pode-se complicar quando for
por exemplo a viajar para fora do país ou aindapara ser convidado a sair para
fora, porque muitos procuram os artistas por aquilo que eles já fizeram e não
porque aparecem ao lado de uma garrafa de vinho vermelho (que as vezes é uma
mistura de jus cola vermelho para enganar).
Se quiseres fortificar a sua carreira, pense nisso. Pense
em registar tudo o que fazes e permita a ti mesmo lembrar por onde passaste
todos os dias em que estiveste em actividade. O mundo precisa de ti, mas mais
do que isso, precisa saber porque precisaria de ti.
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Pecado 7: A
Febre angolana no país. Do angolanismo
a rotura dos traços culturais
Às vezes vejo nossos cantores/músicos se perderem na
vontade de mudarem de nacionalidade para estar mais ao lado do Yuri da Cunha,
Anselmo Ralph, Pérola, entre outros que fazem do moçambicano um íman que colhe
tudo que é ferro. Perceba-se que não estou a discutir os músicos acima citados,
até porque os danço muito ao lado da minha avó de quase um seculo de vida e
faço-me emocionar quando eles tocam no amor e fazem-me perceber que afinal de
contas ainda tenho uma chance de me apaixonar e ter o meu próprio Titanic…eu
bem lá enfrente do barco com as mãos estendidas como se fosse um pássaro voando
bem lá de cima (quem sabe vendo os barcos importados pelos políticos ou até os
bancos onde foram depositar tanto dinheiro que nos deixou em crise). Enfim, não
vou mexer na política.
A minha abordagem é que os músicos/cantores sejam mais
cautelosos no que fazem. Não nos podem fazer lembrar de um outro cantor quando
o escutamos. Ouvimos tantas vozes parecidas que já nem sabemos identificar quem
está a cantar. Se não tens nada de novo para mostrar então fique calado e não
nos faça de filósofos para perceber se a tua voz é moçambicana ou angolana.
Seja original.
Vejo gente passar por aulas de ética ou sotaque para
parecer mais estrangeiro do que nosso. Perde quem pensa que o mundo procura
sotaque. A música é para diversão, mas mais do que isso, ela serve para
ensinar. Por isso podemos até discutir até que ponto a voz roca faz diferença numa
música (esse não é meu tema de debate, por isso nem vou falar disso).
Se queres mostrar tua imagem lá fora, seja mais produtivo
internamente. Mostre que vale a pena investir em ti, que os que tem capacidade
te vão procurar e te vão dar uma viagem VIP num desses aviões e vais visitar
Luanda. Mas tens que estar lá por mérito e por sentires que mereces.
Procure ser tu mesmo como músico. Não sejas uma réplica
daquele que viste no vídeo tomando um Beluga ou Totonto. Seja aquele que vai
fazer um vídeo que emociona e faz as pessoas lembrarem que há um ano enterraram
fotos da sua amada porque estavam frustrados…os faça regressar lá e rebuscar a
foto e quiçá aprender com os seus erros. A música é uma tertúlia de sabedoria
que faz da vida uma aprendizagem a cada momento que se vive: Então viva a música,
seja diferente, tenha seu ritmo/prazer que o mundo te vai olhar diferentemente.
E claro, com isso podes viajar para onde quiseres. Lembre-se: Tens que ser
criativo em tudo o que fazes.
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Pecado 8: Falta
de valorização dos músicos
Não é nenhuma novidade que muitos só falam da velha
guarda para fingirem gostar da nossa música. Fingimos tanto que até parecemos
ser atores. Estou a tentar dizer que vivemos uma realidade onde os nossos
músicos se encontram a própria sorte e só são procurados quando alguém percebe que
pode fazer alguns trocados às suas custas.
Não quero aqui debater o termo músico ou cantor, por isso
os poderei retractar da mesma forma, mesmo sabendo das suas diferenças. Enfim,
quando descobrirmos a necessidade de valorizarmos os nossos artistas, então
vamos descobrir porquê eles são importantes para nós, e mais do que isso, vamos
perceber a necessidade de os “proteger” e dar o suporte necessário para que
continuem a emergir, a edificar seus sonhos, a lançarem mais álbuns e a nos
fazerem sorrir/pensar.
Estamos, sem dúvidas, num cenário de dúvidas das origens. Estou a falar de uma fase em que dançámos
marrabenta escondidos, mas imitamos vozes do “Future”e “Rick Ross” nas telas e
nos olhos do povo.
A minha ideia é de pensar no porquê de não
internacionalizarmos a nossa música, através da valorização do que se é feito
aqui, porque de música boa temos muita coisa que ainda nem foi escutada. Valorizando
o nosso músico, facilitamos a sua visibilidade, permitimos que o exterior o
confie para fazer uma tournée na sua terra, permitimos que ele seja mais
decidido a fazer qualidade e a inovar cada vez mais.
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Pecado 9: Falta
de pesquisa e comprometimento do artista
O artista é muitas vezes fraco, tão fraco que não percebe
que precisa olhar a sociedade de forma diferente, individual e mais ousada. Age
tão compulsivamente que chega ao ponto de publicar músicas que o tornam
delinquente, retracto de alguém, desnecessário e fútil de se escutar.
Se és da Mafalala, então procure perceber como o seu povo
vive, torne suas dores um problema a ser anunciado. Faça das noites de fomes
por eles passado, de um tema de debate social que vai despertar a necessidade
de mais envolvimento social no fortalecimento da educação, saúde, etc.
O artista/músico precisa se comprometer com o que faz.
Não é porque é famoso que perde o seu dever para com o seu fã, para com a
sociedade onde vive. Daí que deve saber que o que faz repercute-se no social e
pode ter consequências desastrosas na sua vida e carreira. Então, ao fazer a música,
precisa perceber que dela deve criar debate e não fomentar racismo e ódio.
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Pecado 10: Gula
pela fama versus falta de qualidade musical
A fama tornou-se uma fome que cria pressa e estagnação
dos nossos músicos. Se por um lado temos o cantor que emerge e quer que a
sociedade o idolatre e dance suas músicas, temos por outro lado o mesmo que
canta demonstrando suas graves falhas na grafia/linguagem, com elevados erros
ortográficos na língua, o que nos pode remeter a pensar na sua formação. Se não
sabes falar português, então não force a coisa: Cante na sua língua local. Isso
é mais ingénuo a se fazer e vai fazer de ti um exemplo a seguir quando
conseguires demonstrar que não tens vergonha das suas origens.
Gula pela fama faz músicos/cantores correrem tanto em
imitar os outros que esquecem-se que estão a se tornar palhaços e piadas. Fico
entretido quando ligo a televisão e vejo tantos tipos de mulheres que surgem (Mulher
Bacia, Melancia, Mulher árvore, etc).
Se quiseres investir na música então preocupe-se em
formar-se, informar-se sobre o que a sociedade quer ouvir. Ande nas ruas e olhe
nos olhos do povo que vais perceber o que os preocupa. As pessoas gostam de
encontra-se nas músicas, de verem suas dores reflectidas no que o seu cantor
preferido cantou. Daí o seu dever como músico ou cantor de impressionar o seu
seguidor/sociedade, afinal deves, também, a parte da sua fama ao que te vem
apoiando sempre, mesmo quando cais no palco ou quando ficas ofuscado por algum
tempo.
A qualidade musical vai surgir quando descobrir-se a
necessidade de profissionalização, a necessidade de pesquisar. Entrar na
internet não para receber Nuds, mas
sim procurar links que te vão beneficiar a ser e melhor no que tu fazes.
Os músicos que idolatras passaram muito tempo investindo
neles, se não investiram, então tiveram sorte do destino: Mas não pense que
isso vai acontecer também consigo, por isso faça diferente…leia sobre a música,
sobre os caminhos e perigos da fama para perceberem melhor que nem tudo que
brilha é alumínio produzido pela MOZAL.
·
Pecado 11: Será
que a falta de banda é problema?
Muitos começaram suas carreiras sem uma banda, então não
crucifiquem a quem está a começar a sua carreira porque não tem uma banda. Cada
coisa com seu tempo.
Muitos começaram dos bits feitos nos quartos de amigos,
namoradas (os) e mesmo assim ninguém os crucificou. Mas mesmo tendo isso em
conta, devo dizer ser importante ter uma banda para mostrar-se como um músico
preparado a mostrar o que vale: que os playbacks fiquem para os que não
escreveram as letras que cantam.
Tudo tem perspectiva. Ora vejamos: se tens uma banda,
tens uma equipe que te vai ajudar a repensar na qualidade do que produzes. Ao mesmo
tempo, tens um grupo que te vai dar forças para subir aos palcos, assim como
tens uma equipe que juntos vão fazer algo com qualidade e vão fazer quem que nós
os apreciadores paguemos o bilhete do espectáculo sem medo de decepção pelos playbacks
mal feitos, com vozes atrasadas, mesmo que tocando com a banda escutemos a voz
roca do músico que pode não ter feito ensaios da voz ou que ainda tenha tal voz
porque passou a noite na balada antes do show. Mas isso não importa. Não. Na
verdade importa sim. Um músico não nos pode levar a brincadeira e dormir nas
barracas pensando que vai chegar no palco e só soltar a voz como se não
fôssemos perceber onde dormiu. Afinal onde estaria a postura, responsabilidade
e comprometimento?
Eu acho que a banda é um investimento que vem no tempo
certo, quando se tem capacidades de montar uma. Podemos falar o que quer que
seja, mas não devemos ignorar os diversos estilos musicais que existem. Ou
melhor, não podemos esquecer dos custos que acarentam a criação de uma banda.
Leva tempo, mas claro que precisa-se abraçar esse desafio para mostrar
profissionalismo.
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Pecado 12: Cantar
ao vivo diz alguma coisa?
Eu não vou mentir. Gosto muito de uma voz natural. De
sentir a veracidade de um timbre vocal de um músico me inspirando sobre a sua
letra musical…isso torna as coisas tão magníficas e me sinto motivado a
perceber que é mesmo ele cantando e não que ele está somente a abrir a boca
para me ludibriar.
Um músico é feito por seus investimentos. Se ele investe
nas trajes/vestes ao invés de nova guitarra ou banda, então lhe vamos conhecer
como o gostozinho (a), fino, cheio de styles e não mais do que isso. Não nego
que o músico deve velar por sua imagem, isso está mais do que claro. Precisamos
ver diferença num músico.
Não vais ficar 10 anos na carreira e ainda me apareceres
de qualquer maneira, pois vou-te conhecer pelo bafo do que pela qualidade das
suas músicas (assim pensam alguns). Não coloquei a questão da vestimenta nos
pecados porque isso não é taxativamente um pecado para mim, é só questão de
perspectiva e visão de cada autor/músico.
Então digo: cantar ao vivo faz toda diferença e fortifica
a imagem do artista. Invista nisso!
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Pecado 13: Falta
de honestidade versus perda de parcerias
Para mim, não há coisa mais irritante que ter “artistas
do esgoto” (como já dizia Valete). Artistas que não servem muito e só aparecem
para serem mais um. Isso tem também a ver com a forma como cada um se afirma na
sociedade.
Muitos artistas perdem o foco quando começam a aparecer
nas televisões que acabam esquecendo quem eles são. Esquecem que são gente e
que devem respeito ao outro.
É constante ver músicos que “jesus(iam)-se”, tornam-se os
tais que faz-nos temer de chegar perto deles. Aparentam de tal maneira que
esquecem que o seu manager pode surgir no meio da multidão que ele despreza.
Enquanto ele anda de calças e telemóveis de última geração, pode encontrar um manager
que mesmo tendo dinheiro anda na simplicidade e faz-se ser um cidadão comum. Daí
a necessidade de ter-se cuidado quando se anda e se comunica com as pessoas.
Tudo que fores a falar pode definir o futuro da tua
carreira. Então reflicta antes de seres muito importante no meio das pessoas e
pense no que podes aproveitar das pessoas, até porque é a simplicidade que te fará
encontrar gente que te vai falar das suas histórias de vida, que podem
futuramente servir de inspiração para a tua nova letra musical. Então pense
nisso e sejas tu mesmo.
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Pecado 14: Luxúria
e esquecimento das raízes
Costumo dizer que um músico se reconhece através de onde
vem, das suas origens e dos seus traços vocais, o que significa que
demonstrares de onde vens, pode ser um catalisador para fortificar a tua imagem
como artista.
A história do sucesso já demonstrou isso: muitos dos que
alcançaram o sucesso vem da pobreza. Então não olhe para a pobreza como um
“obstáculo” para a sua carreira, olhe para ela como forma de as pessoas saberem
que para chegares onde estás foi porque lutaste demasiadamente para mereceres o
cálice da fama que tens nas mãos. Para isso, é também preciso que concilies as
tuas raízes com o vício da luxúria.
Se fores alguém que quer só ser conhecido por visitar
lugares caros, então podes esquecer que na zona onde cresceste tem lá um senhor
daquela barraca que te ajudou com alguns meticais para lançares a tua primeira
música. A humildade não é nenhum crime, pelo contrário, ela é uma qualidade que
nem sempre se encontra nas pessoas, por isso aproveite-a que ela será muito
útil para tua carreira.
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Pecado 15: Vídeos
de Luxo sem conteúdo lírico
Às vezes paro para analisar alguns vídeos e somente vejo
sucessão de imagens (algumas mal editadas) do que necessariamente conteúdo. Os
músicos passaram a preocupar-se em gravar vídeos em grandes mansões que esquecem-se
que há gente que vive na sargeta e gosta de ver sua realidade patente nos
vídeos. Vou parar de falar dos músicos para falar dos produtores de vídeos, só
um pouco.
Acho que temos, às vezes, muita fraqueza na concepção de
vídeos por parte dos produtores, porque me parece que eles estão simplesmente
preocupados em fazer dinheiro que esquecem de usar a sal criatividade para
fazer algo diferente, por isso que vemos vídeos gravados em mesmos locais e
cenários.
É importante que os produtores saibam conceber um bom
roteiro de um vídeo, precisa-se ficar um dia, semana ou mês analisando o
roteiro, a intensidade da luz ou um determinado monólogo para perceber como o
vídeo vai ser. O que se percebe é que eles só vai gravar onde acharem que está
livre e deixam a câmera trabalhar sozinha. É preciso escrever/fazer roteiro
para produzir um vídeo. Isso vai permitir que não haja mesmices e se produzam
vídeos capazes de concentrar o ouvinte e faze-lo emergir ao ouvir o tom da voz
de seu cantor que faz-se encontrar no cantar de uma nova realidade.
Agora, os músicos as vezes exageram. Gastam rios de
dinheiro para fazer um vídeo caro numa letra que não merece ser escutada e
poderia simplesmente não ser cantada. Não é só a qualidade que preocupa num
vídeo, mas sim a sua essência.
É “bom” sentir-se emocionado ao ver a lagrima de uma mãe
(num vídeo) que chora porque o seu filho não teve jantar, assim como é bom ver
as manifestações de uma sociedade porque há falta de emprego ou porque o preço
do pão e combustível subiram. Isso é o que preocupa o mundo e não
necessariamente andar-se de cavalos ou subir escadas rolantes.
Precisa-se humildade para perceber isso!
·
Pecado 16: Músicas
feitas na barraca
Às vezes é preciso demorar lançar uma música. O que estou
a dizer é que é importante analisar quantas vezes for necessário as letras
musicais para poder publicá-las. Se formos a parar para analisar, podemos
perceber que os hits surgem, muitos deles, de preparação, de planeamento.
O que acontece hoje em dia é que não se estuda a música.
Quando falo de estudar a musica não falo de ir a faculdade (apesar de ser
fundamental), falo de tu como músico leres as tuas obras, e isso vai te
facilitar a melhor decorares/conheceres as tuas letras, o que te vai permitir
evitar playbacks.
Não acho prudente ou profissional escutar uma briga,
conversa numa barraca e no mesmo dia/hora correr ao estúdio cantar coisas sem
antes as ter escrito ou avaliado a sua pertinência para o consumo social, lembrando
que há músicas que além de ensinar criam delinquência e mais criminalidade.
·
Pecado 17: Rapidez
na publicação
Há músicos que gosto de ouvi-los porque mostram-se
maduros para assim serem chamados. Claro que podem ter fracassado num passado,
mas mostraram-se firmes no que decidiram fazer (não importa citar nomes).
O ponto é o seguinte: um cantor deve cultivar o espirito
de ter “letras de arquivo”. Aquelas que ele vai gravá-la depois de um tempo
sucedido de análises, ainda que isso dure um ano.
Um exemplo típico é a música que o Duas Caras gravou há
dez anos ao lado de 100 Paus e foi apresentada este ano (se não estou
equivocado). Ou seja, podes produzir uma música mas não lançá-la de imediato e
deixa-la tocar só em seu quarto, ou ainda, podes escrever uma letra e não cantá-la
no mesmo ano, esperando o momento oportuno para isso, o que me leva a dizer que
um bom músico não é conhecido pelo número excessivo de músicas gravadas, mas
sim pela qualidade que apresenta.
É preciso ter conhecimentos de marketing musical e
pessoal para perceber a importância disto.
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Pecado 18:
Ridicularização do Hip-Hop
Preferi criar um dos pecados para falar do Hip-Hop, um
ritmo que tanto aprecio e o vejo como uma luz para perceber o rumo das
sociedades.
O ponto é o seguinte: a sociedade foi estruturada de tal
forma que a faz perceber o hip-hop (rap) como um ritmo de mendigos, criminosos
ou delinquentes. Mas engana-se quem assim o pensa, pois neste grupo/estilo
musical muitas são as verdades ou realidades cantadas que se escutadas poderiam
mudar o rumo das coisas para o melhor.
O rap é de alguma forma um ritmo de manifestação ou
repudio a determinados assuntos (pacificamente), e ele leva consigo uma
estrutura de Mc’s que vivem a dor da sociedade e interpretam isso em suas
letras. Há muitos estudiosos que estão neste estilo musical, alguns são os
chamados ghostwritters, outros são os que cantam pessoalmente.
Não se pode ignorar o facto de existirem os rapazes de
swagger que só falam coisas e não ajudam em nada o movimento rap, porque mais
insultam do que trazer mensagem. Daí que digo que se precisamos que o
rap/hip-hop seja respeitado, é importante que também se repense no que se
canta, em como se canta, sob o risco de penalizar gente que dia e noite elabora
logicamente as suas, para depois ver-se marginalizado por causa de muitos que
acreditam que tatuar-se é o código alfa de um verdadeiro rapper.
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Pecado 19: Ridicularizar
um fã versus Uma sociedade que não
sabe aplaudir
É incrível às vezes ver a forma como as pessoas não
querem mostrar que são faz de seus músicos predilectos. Agem de tal forma que até
engolem a lagrima de emoção que quer-se libertar na hora do show ou quando o vê
caminhar.
Percebo que estamos numa sociedade me que, por vezes, se
tem medo de exprimir os sentimentos. Ou melhor, as pessoas fazem-se de difíceis
ao ponto de esconderem que gostam de tanto de um determinado artista. Isso pode
fazer de nós uma sociedade privada no secretismo do sentimento e nalgum momento
agoniada, porque quando um sentimento é aprisionado faz como se um pouco de nós
fosse impedido de se libertar (olhe que não estou a falar de coisas de amor).
O ponto deste pecado é que não existe, necessariamente,
um músico sem um fã. Ou seja, há uma relação directa entre estes dois, e por
incrível que pareça, o músico precisa mais do músico, por vezes, do que o fã
precisa de si. Daí a necessidade de saber gerir a ansiedade de seus faz e saber
dar resposta quando estes fazem perguntas e inquietam-se sobre o seu paradeiro.
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Pecado 20: Um
governo que não reconhece seus artistas
Espero que ao falar deste pecado não seja percebido como
um político falando, até porque não tenho tais traços. Trago este pecado no
sentido de problematizar o papel do estado na promoção da cultura/música
moçambicana.
É preciso que se criem essencialmente ligações fortes
entre um estado e os artistas. Poderíamos por exemplo pensar numa possibilidade
de o Presidente da Republica convidar artistas para cantarem e estarem junto de
si numa conversa num fim-de-semana na presidência. Caso isto acontecesse, não
querendo aqui citar os métodos para escolher os artistas que la estariam,
abririam uma época em que olhasse para a presidência como, também, um local
onde se encontra o povo, um local onde debatem-se ideias, ainda que fosse
informalmente. Enfim, não cabe a mim decidir isto.
Talvez o que fosse importante se discutir aqui é como o Ministério
da Cultura gerência a vida dos músicos e faz destes um grupo “privilegiado” ou
que mereça alguma atenção. O Ministério tem que ser uma caixa de reclamação que
recebe problemas dos músicos e aos mesmo tempo os resolver, se estiver ao seu alcance.
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Pecado 21: Privar
o pensamento só na cultura local pode ser uma fatalidade
Moçambique não existe, necessariamente, sem os outros
países do mundo. É importante perceber que cantar a sua história não significa
ocultar a história do outro. Daí que faz-me pensar que precisa-se as vezes
pensar fora da caixa e não ter medo de cantar o outro mundo, não ter-se medo de
fazer o samba enquanto se é moçambicano. Isso não tira nenhuma originalidade e
não é crime nenhum, pelo contrário, até mostra o quanto podes estar a par dos
acontecimentos e que conheces a cultura de outros povos.
Deve-se pensar porquê alguns artistas se notam muitos
nalguns países. Alguns, é porque tem um objectivo nas suas carreiras e escrevem
o “Plano de carreira” no sentido de identificar o seu público-alvo.
É importante lembrar que um musico é comparado a um
empresário que quer abrir um jornal. Não pode querer criar um jornal só tendo
dinheiro para a primeira impressão, sem saber de onde vai surgir o dinheiro
para as outras edições. O que estou a atentar dizer é que enquanto se pensa
como produzir as musicas, é também importante saber como dar continuidade aos
seus trabalhos.
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Pecado 22:
Ter lucros na música/Musica como empresa
As pessoas pensam que a música é só para cantar-se em
casamentos, fazer a vovozinha sem dentes sorrir e esquecer-se da velhice. Pelo contrário,
a música é sim uma indústria, ou pelo menos deveria ser.
As pessoas devem viver por aquilo que elas acreditam ou
que as faz completas. Estamos perante uma realidade em que fazer musica não é,
provavelmente, uma forma de vida, porque não garante lucros e nem garante o
sustento das famílias, por isso muitos entram e saem da carreira, ainda que
gostem de fazer música.
Assim como as outras profissionais tem/deveria ter
carteiras profissionais, os músicos também devem ter, porque são uma estrutura
organizada que garante fundos, dinheiro que ainda serve ao próprio estado. Ou
melhor, é importante que se discuta quem é ou não musico, quais são os
critérios de o ser, ou ainda, que qualidades exigidas para que se debata ao
mesmo tempo a possibilidade de torná-la uma empresa propriamente dita.
Nós é que ainda não temos a musica como forma de
rendimento, mas os outros países, até mesmo Angola que tanto “amamos” tem
cantores/músicos que vivem essencialmente da música e ficam ricos por ela
(acredito que aqui também possam existir/existem).
NB: Há que se pensar na formação dos músicos por forma a
perceber como se comportam ou escrevem suas letras.
Sérgio
dos Céus Nelson
Sobre o autor do blog
Sérgio dos Céus Nelson
Communication Officer at Lúrio University Journalist. Freelancer. Activist of Human Rights. Photographer
Communication and information specialist. Journalist. Writer. Screenwriter. Researcher. Motivator. Volunteer.
Founder of the Association of Environmental and Human Rights Journalists - AJADH and the Literary Association of Arts and Culture of Mozambique (ALARCUMO).
Contact: (+258) 829683204 or 846065018/879877312
Skype: Sérgio dos Céus Nelson
Journalist with Honorable Mention in the International Prize for Human Rights Journalism, by the Association of Public Defenders of the State of Rio Grande do Sul (ADPERGS) - Brazil.