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Um
dos grandes problemas enfrentados pelas comunidades residentes na região de
Maputo está ligado seja a escassez de fontenários ou distribuição
equitativa da água, assim como questões ligadas a rotura da distribuição da água
que é feita,particularmente no Bairro de Maxaquene, até as treze horas.
Cidadãos
que não temem pelo pior, quando vêem a oportunidade recorrem-se aos canais que
transportam a água para,sem pagar, cartarem agua dos tubos que rompem e fecham
através de paus ou borrachas na esperança de no dia seguinte continuar com a
sua festa, enquanto isso a água transborda e inunda as ruas.
Para
Osvaldo Nogueira, residente do Bairro Maxaquene "B", estão dentre as
causas que influenciam na contínua vandalização das infra-estruturas de água a
falta de uma rede eficiente de distribuição de água que alimente as comunidades
durante todo o dia, pelo menos até ao fim do dia, assim como a preguiça que
muita das vezes os munícipes têm quando trata-se de requer para através de um
processo legal instalar-se uma torneira em sua casa. Ademais, Nogueira, que diz
deparar-se, principalmente nas manhãs, altura que sai a água com cidadãos a
espera de ter a sua oportunidade para pegar no tubo e tirar a água, acredita
existir uma ineficiência por parte das empresas reguladoras de distribuição da água
no controlo das diversas irregularidades registradas nos bairros.
"Acredito
ser necessário que se envidem esforços para mitigar os casos de vandalização
que por vezes influencia na saúde pública, quando os tubos cortados libertam
água que retém lixo no percorrer das estradas e causa um mau estar das nossas
vias" – disse
Na
voz de um dos consumidores da água tirada dos canais vandalizados, Ernesto
Filipe, do Bairro Maxaquene "C", na tentativa de inocentar-se
culpabiliza as empresas de distribuição da água pelo mau funcionamento e
cumprimento com suas metas durante o dia na distribuição da água. Aliás, é
mesmo nesta esteira de pensamento que Filipe diz socorrer-se dos canais que
passam por sua zona para aproveitar-se da água, já que muitas vezes o líquido
precioso não jorra nas torneiras de sua casa.
"Não
posso dizer que a culpa é nossa por cortarmos os tubos. Acho que a culpa é
daqueles que fecham cedo a água e não fazem manutenção dos canais de
distribuição da água, o que causa indignação de nós os consumidores que
sentimo-nos agastados sempre passamos um dia sem ter água nas nossas
casas", afirmou
Na
tentativa de melhor explicaros diversos problemasemvolta do assunto, José
Ferrete, assessor jurídico da Águas da Região de Maputo, disse estarem em curso
projectos de extensão e melhoria de abastecimento de água. Dos projectos
destaca o MWSP/E-W002 (Matola e Maputo) que consiste na reabilitação e reforço
da rede de abastecimento de água, encontrando-se na fase de transferência de
ligações da rede antiga para a nova, sob tutela da FIPAG, assim como o projecto
MWSP/E-W004 com quatrocentos quilómetros (incluindo substituição de válvulas)
nas áreas operacionais de Chamanculo, Laulane, Matola,Machava e Katembe. Este
projecto consiste na extensão da rede terciária que irá permitir a efectivação
de cerca de 10.000 novas ligações, eliminação de ligações de grandes
comprimentos com um impacto ao nível de redução de perdas.
Ferrete
disse ainda estarem na lista de prioridades daquela empresa a extensão da rede
do Bairro de Minkadjuine em seis quilómetros, projecto que irá permitir a execução
de 480 ligações a beneficiar 2.400 cidadãos.
Questionado
sobre a existência de esparguetes, Ferrete disse estarem também em curso
projectos para eliminação dos esparguetes na Matola "F" numa extensão
de 1600 metros, assim como os esparguetes que originam fugas ao longo da Av.
Joaquim Chissano, numa extensão de 600 metros.
"Quanto
ao problema de fugas temos projectos de redução que estão sendo levados a cabo
no Bairro de Mafalala, incluindo de troco de cerca de 1800 metros e transferências
de ligações", esclareceu, acrescentando que a Vila Municipal de Boanepoderá
beneficiar de extensão da rede de distribuição de água em 4.2 quilómetros, o
que vai permitir execução de 344 novas ligações a beneficiar cerca de 1.800
pessoas.
Falando
de projectos até ao final do ano em curso, Ferrete disse esperar-se o incremento
de novas ligações que irão contribuir no aumento da taxa de cobertura e redução
de índice de perdas em função da conclusão dos projectos em curso. Ademais,
aquele assessor acrescentou ainda que a extensão total da rede de distribuição
da água é de cerca de 3000 quilómetros e cerca de 400 dos
projectos de rede acima mencionados que irão beneficiar cerca de 1.500 famílias.
"Em
termos de desafios, temos o aumento da capacidade actual do sistema para
melhorar as condições actuais de abastecimento, criando maior abrangência (taxa
de cobertura) e redução de perdas na empresa" disse
Durante
os processos de implementação dos projectos a empresa tem vindo a deparar-se
com diversos constrangimentos ligados a insolência de uma parte de distribuição
e equipamento electromecânico desde a ETA até os Centros Distribuidores, a
falta de redundância de equipamento electromecânico, destacando a situação da
electrobomba nº 8 de Chamanculo que transporta águaaté Maxaquene que é de
difícil gestão em casos de avaria. Mas também estão na lista de
constrangimentos o abastecimento deficiente devido a falta de capacidade de
transporte em declínio dos caudais, particularmente para Matola-Rio, Belo
Horizonte e Katembe, assim como as ligações clandestinas, desmontagem de contadores
pelos clientes que para alem de terem dividas avultadas, perpetuam a actividade
de rompimento das linhas de distribuição da água.
Relativamente
as denúncias feitas por cidadãos pela fraca distribuição da água pelas
comunidades, Ferrete explicou o facto de as zonas não terem a mesma hora de
inicio da distribuição, pelo que noutras começa cedo em detrimento das outras.
Ademais, ele diz ainda que "por vezes as pessoas saem para o trabalho ou
escola antes do início da distribuição da água e não chegam a se perceber que
saiu água".
Sérgio dos Céus Nelson