segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Cidadãos vandalizam canais para ter o líquido precioso



Foto: Google

Um dos grandes problemas enfrentados pelas comunidades residentes na região de Maputo está ligado seja a escassez de fontenários ou distribuição equitativa da água, assim como questões ligadas a rotura da distribuição da água que é feita,particularmente no Bairro de Maxaquene, até as treze horas.
Cidadãos que não temem pelo pior, quando vêem a oportunidade recorrem-se aos canais que transportam a água para,sem pagar, cartarem agua dos tubos que rompem e fecham através de paus ou borrachas na esperança de no dia seguinte continuar com a sua festa, enquanto isso a água transborda e inunda as ruas.

Para Osvaldo Nogueira, residente do Bairro Maxaquene "B", estão dentre as causas que influenciam na contínua vandalização das infra-estruturas de água a falta de uma rede eficiente de distribuição de água que alimente as comunidades durante todo o dia, pelo menos até ao fim do dia, assim como a preguiça que muita das vezes os munícipes têm quando trata-se de requer para através de um processo legal instalar-se uma torneira em sua casa. Ademais, Nogueira, que diz deparar-se, principalmente nas manhãs, altura que sai a água com cidadãos a espera de ter a sua oportunidade para pegar no tubo e tirar a água, acredita existir uma ineficiência por parte das empresas reguladoras de distribuição da água no controlo das diversas irregularidades registradas nos bairros.
"Acredito ser necessário que se envidem esforços para mitigar os casos de vandalização que por vezes influencia na saúde pública, quando os tubos cortados libertam água que retém lixo no percorrer das estradas e causa um mau estar das nossas vias" – disse
Na voz de um dos consumidores da água tirada dos canais vandalizados, Ernesto Filipe, do Bairro Maxaquene "C", na tentativa de inocentar-se culpabiliza as empresas de distribuição da água pelo mau funcionamento e cumprimento com suas metas durante o dia na distribuição da água. Aliás, é mesmo nesta esteira de pensamento que Filipe diz socorrer-se dos canais que passam por sua zona para aproveitar-se da água, já que muitas vezes o líquido precioso não jorra nas torneiras de sua casa.
"Não posso dizer que a culpa é nossa por cortarmos os tubos. Acho que a culpa é daqueles que fecham cedo a água e não fazem manutenção dos canais de distribuição da água, o que causa indignação de nós os consumidores que sentimo-nos agastados sempre passamos um dia sem ter água nas nossas casas", afirmou
Na tentativa de melhor explicaros diversos problemasemvolta do assunto, José Ferrete, assessor jurídico da Águas da Região de Maputo, disse estarem em curso projectos de extensão e melhoria de abastecimento de água. Dos projectos destaca o MWSP/E-W002 (Matola e Maputo) que consiste na reabilitação e reforço da rede de abastecimento de água, encontrando-se na fase de transferência de ligações da rede antiga para a nova, sob tutela da FIPAG, assim como o projecto MWSP/E-W004 com quatrocentos quilómetros (incluindo substituição de válvulas) nas áreas operacionais de Chamanculo, Laulane, Matola,Machava e Katembe. Este projecto consiste na extensão da rede terciária que irá permitir a efectivação de cerca de 10.000 novas ligações, eliminação de ligações de grandes comprimentos com um impacto ao nível de redução de perdas.
Ferrete disse ainda estarem na lista de prioridades daquela empresa a extensão da rede do Bairro de Minkadjuine em seis quilómetros, projecto que irá permitir a execução de 480 ligações a beneficiar 2.400 cidadãos.
Questionado sobre a existência de esparguetes, Ferrete disse estarem também em curso projectos para eliminação dos esparguetes na Matola "F" numa extensão de 1600 metros, assim como os esparguetes que originam fugas ao longo da Av. Joaquim Chissano, numa extensão de 600 metros.
"Quanto ao problema de fugas temos projectos de redução que estão sendo levados a cabo no Bairro de Mafalala, incluindo de troco de cerca de 1800 metros e transferências de ligações", esclareceu, acrescentando que a Vila Municipal de Boanepoderá beneficiar de extensão da rede de distribuição de água em 4.2 quilómetros, o que vai permitir execução de 344 novas ligações a beneficiar cerca de 1.800 pessoas.
Falando de projectos até ao final do ano em curso, Ferrete disse esperar-se o incremento de novas ligações que irão contribuir no aumento da taxa de cobertura e redução de índice de perdas em função da conclusão dos projectos em curso. Ademais, aquele assessor acrescentou ainda que a extensão total da rede de distribuição da água é de cerca de 3000 quilómetros e cerca de 400 dos projectos de rede acima mencionados que irão beneficiar cerca de 1.500 famílias.
"Em termos de desafios, temos o aumento da capacidade actual do sistema para melhorar as condições actuais de abastecimento, criando maior abrangência (taxa de cobertura) e redução de perdas na empresa" disse
Durante os processos de implementação dos projectos a empresa tem vindo a deparar-se com diversos constrangimentos ligados a insolência de uma parte de distribuição e equipamento electromecânico desde a ETA até os Centros Distribuidores, a falta de redundância de equipamento electromecânico, destacando a situação da electrobomba nº 8 de Chamanculo que transporta águaaté Maxaquene que é de difícil gestão em casos de avaria. Mas também estão na lista de constrangimentos o abastecimento deficiente devido a falta de capacidade de transporte em declínio dos caudais, particularmente para Matola-Rio, Belo Horizonte e Katembe, assim como as ligações clandestinas, desmontagem de contadores pelos clientes que para alem de terem dividas avultadas, perpetuam a actividade de rompimento das linhas de distribuição da água.
Relativamente as denúncias feitas por cidadãos pela fraca distribuição da água pelas comunidades, Ferrete explicou o facto de as zonas não terem a mesma hora de inicio da distribuição, pelo que noutras começa cedo em detrimento das outras. Ademais, ele diz ainda que "por vezes as pessoas saem para o trabalho ou escola antes do início da distribuição da água e não chegam a se perceber que saiu água".

Sérgio dos Céus Nelson

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Frente aos factos

Sobre o autor do blog

Sérgio dos Céus Nelson

Communication Officer at Lúrio University Journalist. Freelancer. Activist of Human Rights. Photographer

Communication and information specialist. Journalist. Writer. Screenwriter. Researcher. Motivator. Volunteer.

Founder of the Association of Environmental and Human Rights Journalists - AJADH and the Literary Association of Arts and Culture of Mozambique (ALARCUMO).

Contact: (+258) 829683204 or 846065018/879877312

Skype: Sérgio dos Céus Nelson

Journalist with Honorable Mention in the International Prize for Human Rights Journalism, by the Association of Public Defenders of the State of Rio Grande do Sul (ADPERGS) - Brazil.

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