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Francisco Mandlate - Presidente do Município de Chibuto |
Chibuto
é um município, em vias de desenvolvimento, que tem nos últimos tempos
granjeado esforços por forma a alcançar o desenvolvimento, a participação mais
activa do cidadão por forma a estabelecer uma democracia mais participativa que
tenha como um dos seus pilares o envolvimento massivo dos munícipes nos
processos de criação de ideias ou propostas que elevem a imagem daquela urbe.
Falando
com o presidente do Município de Chibuto, Francisco Soares Mandlate, pudemos
perceber as ambições de um município que almeja mais investimentos por forma a
fortificar as receitas, mais universidades para alavancar a educação e acima de
tudo projectos em fase de execução com vista tornar o município o chamariz para
o desenvolvimento sustentável.
FRENTE AOS FACTOS (FF):
Como caracteriza a actual situação de
Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Pensamos que Chibuto está num caminho certo, sob o ponto de vista da avaliação
daquilo que são os dois anos do início deste mandato, aquilo que são os grandes
pilares em termos do nosso comprometimento no nosso manifesto, pois estamos a
cumprir até o momento.
Falando
da água, importa salientar que neste momento está a decorrer a segunda fase
para a construção de infraestruturas por forma a expandir ao nível dos bairros.
Pode não ser, de certa forma, aquilo que era a expectativa dos munícipes, mas
estamos a crer que o mais importante é aquilo que está sendo feito com o apoio
do governo central, porque o processo envolve várias necessidades, e sendo uma
área técnica, em algum momento precisamos respeitar aquilo que está sendo
feito, porque a sua projeção não é uma solução imediata. É uma solução que também
se projecta a um certo espaço, em reabilitação, e vai permitir que as futuras gerações,
se beneficiem dos investimentos que estão sendo levados a cabo.
FF: Quais as maiores dificuldades
enfrentadas pelo Municipio de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
As dificuldades que temos estão ligadas, primeiro na recolha dos resíduos sólidos
onde sentimos que temos muitas fraquezas, mas é um desafio. A sua resposta
necessita de envolvimento de todos munícipes, pois todos devem perceber a importância
da sua contribuição em como lidar com os resíduos sólidos e o lixo que produz
diariamente. Esse seria um processo no qual cada um se sentiria envolvido na
limpeza da cidade de Chibuto, todavia, é nossa grande responsabilidade, como órgão
executivo, dar o nosso máximo, respondendo a limpeza da nossa cidade. Por outro
lado, esta limpeza tem que ter uma contrapartida que é o pagamento das taxas,
porque para que os serviços sejam sustentáveis é preciso que se pague as taxas,
no sentido de chegar mais longe. Aliás, esta é a nossa aposta de tornar a nossa
cidade mais limpa e atractiva.
Temos
também como dificuldades a situação da erosão que está ligada as mudanças climáticas.
Acreditamos, nesta situação, que o cidadão tem também um papel, pois devem
saber lidar com as mudanças que destroem o meio ambiente, no sentido de
primeiro, conservar a água que cai no seu pacto, pois através dele abrem-se
crateras, as quais precisam de um volume de valores que o município não tem do
momento, mesmo os nossos parceiros, incluindo o governo, junto do nosso
município, ainda continuamos com um grande desafio nesta área.
Por
nossa iniciativa estamos a criar alguns contactos com aqueles que
identificam-se connosco para o combate com a erosão, havendo necessidade de
capacitar as comunidades, por forma a estarem envolvidas no processo para
estancar o fenômeno que afecta a cidade de Chibuto. Mas também temos a situação
dos mercados, os quais precisam de mais infraestruturas e melhores condições
para melhor servir os utentes. Mas também sentimos que estamos a trabalhar,
olhando para as construções dos pavilhões para albergar ou para que sejam
essas infraestruturas as quais vão servir aos vendedores que afluem nos
mercados. Esses são os desafios que nos temos: a situação das vias,
electrificar as zonas de expansão, assim como a requalificação de alguns
bairros. Essas são preocupações que nos desafiam, e nós como representantes do
povo procuramos ter saídas para a satisfação dos nossos munícipes.
FF: Como avalia
as receitas arrecadadas pelo Município de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
As nossas receitas não são das melhores. É verdade que olhando para aquilo que
tem sido a arrecadação anual tem havido um crescimento. Mas ainda não atingimos
o crescimento que achamos que deveria ser a satisfação do nosso serviço anual,
porque ainda estamos na disseminação, sensibilização dos munícipes em saber
respeitar o pagamento da IPRA, imposto pessoal autárquico, por exemplo. Ainda
há uma pequena resistência, mas acreditamos que com o tempo as coisas poderão
mudar para o melhor.
Julgamos
que de alguma forma ainda não alcançamos a divulgação desejada e a consciencialização,
para que cada um seja voluntário e dê a sua mão para que a cidade tenha melhor manutenção,
investindo em infraestruturas e em áreas que facilitem o desenvolvimento do município.
FF: Estará com
este pensamento a dizer que as receitas não são suficientes para alimentar as
necessidades de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Naturalmente! As receitas não são suficientes. Se são suficientes é graças ao
apoio do governo central. Estou a falar do fundo do fundo de compensação, fundo
de investimento de iniciativa local e o fundo para manutenção e reparação das
vias de acesso.
Esse
bolo vem alavancar de certa maneira e responder algum desafio que a cidade tem.
Quero com isto dizer que se não fosse essas injeções do governo central não teríamos
capacidade de responder aquilo que é a demanda neste momento.
FF: Quais são as áreas
que garantem a sobrevivência de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos os mercado que pagam algumas taxas, impostos sobre veículo e a área de resíduos
sólidos que tem um pagamento de taxa que contribui para que tenhamos receitas razoáveis,
o que mostra que na verdade há um trabalho que está sendo feito.
FF: Há parcerias
que servem de alicerce neste momento para que Chibuto alcance o desenvolvimento
desejado?
FRANCISCO MANDLATE:
O grande parceiro é o governo central, provincial e distrital. Mas temos tido
alguns parceiros não-governamentais, como por exemplo o AIAS, através do qual
elaboram-se projectos para o saneamento do meio e também temos projetos de
cidade para mudanças climáticas. Importa ainda referir que há pouco tempo
estabelecemos contacto com alguns municípios do Chile, tudo na expectativa de
ter transmissão de conhecimentos e tecnologias, olhando para os desafios que nós
temos.
Acreditamos
que o mais importante que pode acontecer nas pessoas é procurar amigos e
parcerias que já ultrapassaram as dificuldades que estamos a ultrapassar no
momento. Quiça que dentro dessa compreensão seja uma forma de alavancar e
reduzir de certa forma algumas preocupações que nós temos.
FF: Tendo em
conta a fraqueza das receitas, conforme nos disse, não tem havido atrasos nos salários
dos trabalhadores?
FRANCISCO MANDLATE:
Felizmente não temos tido porque de ano para ano notamos um certo crescimento,
apesar de não ser satisfatório. O trabalho que estamos a realizar neste momento
nos garante fazer a cobertura das nossas necessidades. Também adicionamos a
este trabalho que temos feito, a transferência de algum fundo do governo
central para o Município de Chibuto.
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Trabalhadores do Conselho Municipal de Chibuto |
FF: Como está a relação
Município – Cidadão?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos uma relação boa e de interação através de encontros e workshos, sem
deixar de lado as visitas que temos feitos nos bairros. Estas acções permitem
que consigamos o analisar as actividades que o município desenvolve. Aliás,
estas visitas permitem ainda conhecer as diversas sensibilidades e fazer uma auscultação
no sentido dos órgãos merecerem algum aconselhamento, e o munícipe tem esse
papel de supervisionar os órgãos municipais, dando a sua contribuição em fóruns
apropriados, quer sob iniciativa individual ou colectiva, porque os órgãos
municipais estão abertos para o diálogo e interação, porque só desta forma podemos
ter a garantia de que o nosso manifesto eleitoral está sendo cumprido.
FF: Pode-nos
falar da educação em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Há um esforço no sentido de responder este grande desafio relativo a educação,
porque é uma área muito sensível, primária que forma um Homem com visão, dai
que essa é a nossa grande aposta, porque só através de uma educação para todos
poderemos ter mentalidades capazes de ajudar o município a crescer. Aliás, sem
garantir que haja vagas nas escolas para as crianças, significaria um atraso e
um retrocesso para o nosso município, daí que primamos em aumentar as salas de
aulas para fortificar os nossos objectivos e granjear sucessos na educação. Mas
creio que os resultados que temos tido são encorajadores, porque tudo demonstra
que há grandes esforços articulados por forma a atingirmos as nossas metas. Os
nossos docentes, os serviços de educação têm prestado atenção no sentido de dar
mais-valia ao ensino.
FF: Como é que está
a presença das universidades em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Tenho que exprimir uma satisfação, porque a partir de 2009 a maior universidade
de Moçambique (Universidade Eduardo Mondlane) criou uma direção piloto de
ensino de negócios e empreendedorismo que é exactamente uma escola de ensino
superior que tem a sua sede no município de Chibuto. Isso é um grande ganho
porque a partir da existência deste ensino superior passamos a responder vários
desafios, porque a maior parte dos residentes de Chibuto sentiam a falta de um
ensino superior. Para além desta direção da Escola Superior de Negocios e Empreendedorismo
de Chibuto (ESNEC), temos Instituto Superior de Gestão de Negócios que está também
para responder a necessidade massiva de melhorar os níveis de educação e dar
aos jovens diversas oportunidades de escolhas sobre o que almejam ser no
futuro. Ademais, temos ainda o ensino a distância da Universidade Pedagógica
que demonstra resposta a demanda das necessidades de melhorar a qualidade da educação
na nossa urbe.
FF: Falando de
investimentos, há empresas que estão a apostar em Chibuto neste momento?
FRANCISCO MANDLATE:
Aparecem algumas iniciativas. Refiro-me a bem pouco tempo na criação de um novo
Hotel que para nós é um sinal significativo de desenvolvimento, para além de existência
de nova instância turística.
Tendo
em conta o facto de sermos, em Gaza, a capital do desporto, temos tido nos
fins-de-semana, que temos jogos em Chibuto, muitas individualidades que
acompanham suas visitas, pelo menos tem um lugar para se hospedar.
Importa
salientar que este facto é para nós uma responsabilidade de criar melhores condições
para melhor colher as visitas que recebemos. Estas são algumas áreas que
sentimos que há investimentos. Pode não ser o nível desejado, mas acreditamos
que algum dia poderemos crescer e atingir patamares consideráveis, até porque
faz parte do nosso programa a criação de espaços para que empresários façam
seus investimentos em Chibuto.
FF: Falou de
turismo. Como avalia o nível de afluência de gente que queria praticar o
turismo em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Acredito que turismo é receber alguém que não vive num determinado local, estou
a falar de alguém que sai de um ponto para outro ponto. Como eu disse, não
imagina que em cada momento que temos um jogo, o nosso campo tem uma grande
enchente que alguns campos. Mesmo em Maputo não tem acontecido, isto porque
estamos numa posição estratégica que permite a locomoção das pessoas até ao município
de Chibuto. Ademais, certos visitantes não regressam para suas casas no mesmo
dia. Esses são para nós turistas. Não obstante o trabalho que está sendo feito
que é de melhorar os espaços históricos, que são uma mais-valia para a nossa
cidade e ao nível do nosso distrito, porque são locais atractivos e ainda
precisam de fazer uma grande divulgação, no sentido de todos sítios serem
conhecidos e afluirem alguns turistas que queiram conhecer os locais.
FF: Há políticas
de prestação de contas em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Naturalmente! Para termos resultados positivos é porque há prestação de contas.
A prestação de contas é o nosso termómetro que permite-nos perceber onde nós
vamos, se estamos a retroceder ou não. Há sim prestação de contas.
Como
me referi, quando nós vamos as comunidades, de uma forma indirecta, estamos a
prestar contas, pois eles sempre interagem connosco e por ser abertos, dizem o
que está na alma do munícipe ao nível do nosso desempenho. Aliás, isto permite-nos
melhorar ao nível de elaboração de políticas por via a melhor alcançar
resultados satisfatórios.
FF: A seca é uma
das grandes preocupações do município de Chibuto. Qual é o nível de
condicionamento da produção face a esta problemática?
FRANCISCO MANDLATE:
Quando falamos da seca estamos a falar de uma perturbação de toda população da
cidade de Chibuto que é quase semirrural e vem das zonas do vale, e a prática
para a sua sobrevivência são as práticas agrícolas. Se há seca significa que
não há produção. Se não há produção significa que há fome. Se há fome significa
também que o custo de vida eleva-se. Esses factores todos conjunturais afectam
a cidade de Chibuto.
Chibuto
não é uma ilha, nem uma excepção. Se falarmos da zona centro e sul tem esta situação
da seca, uma estiagem assustadora para alguns munícipes que são criadores na
sua zona de origem onde os animais e pessoas passam mal, por isso precisamos
desenhar estratégias para resolver estes problemas e não lamentar. É um desafio
o qual a natureza impõe ao Homem e por sua vez o Homem precisa desenhar estratégias
para sair do sofrimento e melhorar a produção. Nós como município abraçamos a
causa por forma a criar alterativas para que a nossa agricultura seja mais
produtiva e que não se sinta muito limitada em momentos de seca, como este que
passamos do momento.
FF: Está a dizer
que por causa da seca a agricultura é fraca em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Neste momento é fraca porque temos poucos agricultores que tem o sistema de irrigação.
Todos dependem de fenómenos naturais, quando há epoca chuvosa, quando há mais
sementeira e mais produção. Quando não há chuva a situação é preocupante. Esta
é a situação real. Há fome.
FF: Pode-nos
falar da distribuição da água em Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos alguns furos. E esses furos foi um trabalho que o município fez junto dos
munícipes, apelando para que eles pudessem se envolver nesta necessidade de
podermos criar um pequeno sistema para abastecimento de água. Tivemos grandes
respostas por parte de pessoas que abriram pequenos sistemas no momento que era
dificil ter-se água na cidade de Chibuto. Ainda sentimos que não respondemos
com os anseios, porque para que alguém se sinta bem é necessário ter uma
torneira na sua casa. Mas estamos a trabalhar para responder a essa preocupação
através do melhoramento e ampliação do nosso sistema. Porque os privados tem também
algumas ligações domésticas, significa que ainda continuamos com um desafio,
porque ainda não temos o impacto 100% de resposta.
FF: Como está a criação
do gado?
FRANCISCO MANDLATE:
Os criadores que tem neste momento estão a sofrer um grande défice porque há
falta de pastos e quando há falta de pastos há prejuízos e perdem muitas cabeças.
Esta seca vem desde 2014/2015 e mesmo este ano continuamos com a falta da chuva
o que complica a situação de Chibuto face a criação do gado.
FF: É facto que
algumas estradas precisam de reabilitação. O que se está sendo feito para
melhorar as vias?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos dois tipos de sentimentos sobre as nossas vias. Para além de melhorar uma
boa transitabilidade dos utentes, temos preocupação em pavimentar as estradas
por forma a evitar a erosão. Por isso, maior parte das nossas estradas só podem
ser pavimentadas. Achamos que estamos prestes a conlcuir o Bairro Cimento.
Foi
uma opção começar pelo Bairro de Cimento por causa das infraestruturas que
existiam, e se tivéssemos deixado, nos tempos chuvosos com a situação de erosão
tudo ficaria esburacado, os passeios ficariam destruídos e traria maior
investimento e passaria a ser um processo mais honoroso para a nossa intervenção.
Por isso prefirimos valorizar o que existe, para depois nos direcionarmos a
outros bairros.
Em
simultâneo fizemos a planagem e abertura das vias. Foi uma estrategia que
adoptamos. Mas nós vamos continuar a lutar porque por causa da erosão, as vias
precisam de mais atenção.
FF: Há abertura
de novas estradas em Chibuto. O que se espera delas?
FRANCISCO MANDLATE:
Um grande impacto na vida das populações porque vai garantir maior circulação,
porque eram sítios nos quais não passavam chapeiros e carros, e vai nos
permitir socorrer as populações em momentos difíceis quando estão doentes, daí
que podemos chamar uma ambulância para fácil locomoção do doente ao hospital.
Em
caso de uma família ficar enlutada será fácil que as famílias chamem as agências
para acompanhar os seus entrequeridos falecidos até a última casa. Portanto,
essas facilidades são para nós um ganho porque dinamizam o processo de
desenvolvimento.
FF: Chibuto tem
um grande potencial em minas de areias pesadas. Como está a execução do
projecto?
FRANCISCO MANDLATE:
Este é um megaprojeto e é um assunto que tem identificada a empresa que vai
explorar. Neste momento deve-se ainda estar em fase de mobilização. Não temos
ainda uma resposta muito plausível. É nossa vontade que isso aconteça porque
traria maior empregabilidade e a própria renda poderia melhorar, sem falar das
infraestruturas que serão erguidas em consequência deste projecto.
FF: Como tem sido
a participação da mulher nas actividades ao nível do Município de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
A mulher está presente e preocupada em impulsionar o desenvolvimento. Temos
tido acções com o envolvimento e iniciativa da mulher. As mulheres têm
realizado actividades sobre tudo de venda de produtos nos mercados. Para além
de outras acções que cada um opta para seguir os seus planos de vida?
FF: Os hospitais
em Chibuto estão preparados para atender as comunidades?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos três (3) centros de saúde, para além do hospital Rural de Chibuto (HRC). Ao
nível da cidade está razoável o atendimento público porque maior parte dos
serviços são feitos localmente e os centros de saúde que temos estão distribuídos
em alguns bairros mais populosos. Isso facilita o atendimento público. Mas devo
dizer que está na nossa agenda, dentro deste mandato, criar mais um centro de saúde,
por forma a melhorar o atendimento público.
FF: Como está a
oportunidade de emprego para os jovens?
FRANCISCO MANDLATE:
Em relação aos jovens temos trabalhado com o Instituto Nacional de Emprego e
Formação Profissional (INEFP) e organizações não-governamentais por forma a
dotar a juventude de conhecimentos na área de formação técnico-profissional que
permitirá por si só ter um autoemprego. Este é o trabalho que temos feito, mas
ainda não é suficiente, até porque a maior percentagem da população não é
jovem. Os jovens precisam de ter emprego para melhor consolidar o seu
desenvolvimento e o bem-estar social em diversas perspectivas.
FF: Chibuto está
em cresceimento aliando-se ao crescimento demográfico. Que desafios se
enfrentam no que tange a urbanização?
FRANCISCO MANDLATE:
Temos grandes problemas neste assunto. Já não temos zonas de expansão. A lei
que cria as autarquias é uma lei dinâmica, e tendo em conta o facto de o
governo que cria as autarquias permitir que os municípios manifestem o pedido
para o alargamento das suas áreas, neste momento estamos à espera da resposta
do governo face ao nosso pedido por forma a responder a demanda de falta de
espaço para criação de condições habitacionais.
FF: O que se pode
esperar de Chibuto nos próximos tempos?
FRANCISCO MANDLATE:
Nos próximos tempos se pode esperar um Chibuto bastante galvanizado para o
melhoramneto de suas infraestruturas, quer na educação, saúde, vias de acesso, electrificação,
recolha dos resíduos solidos e acima de tudo estancar a erosão que é uma problemática
que nos tem afectado de forma significativa. A luta contra a erosão é a nossa
palavra de ordem, porque para essas acções são todas transversais e mexem com a
sensibilidade humana.
Vamos
continuar a lutar com todo o dinamismo por forma a cumprir com o nosso
manifesto e o dia que cuimprimos o juramento e dissemos que estamos bem-dispostos
para servir cada vez melhor o nosso município.
FF: Olhando para
o manifesto eleitoral e nas ideias ou pilares das vossas promessas, que
percentagem se pode dar a todo trabalho feito até aqui, desde o início do
mandato?
FRANCISCO MANDLATE:
Acredito que estamos nos 60% do que prometemos, porque estamos a trabalhar no
sentido de responder o nosso compromisso com o povo, com os nossos munícipes.
FF: Qual é o
olhar que dá ao actual cenário da crise política vivida no país?
FRANCISCO MANDLATE:
O princípio do nosso governo liderado pelo Presidente da República, Filipe Jacinto
Nyusi, pauta pela paz, no sentido de o líder da RENAMO perceber que tudo aquilo
que pode constituir diferença de ideias seja discutido na mesa e seja
ultrapassado e termos uma outra direcção que nos leve ao desenvolvimento do país.
Só com a paz, com sossego, sem nenhuma perturbação que as pessoas poderão
pensar no desenvolvimento para alcançarmos, como moçambicanos, o bem-estar
social.
O
bem-estar só se pode alcançar quando há paz no país e quando as pessoas estão
em condições sãs de pensar no que é útil para si, e juntando nós todos o que é
útil para cada um de nós é que poderemos alcançar o desenvolvimento. Este é que
tem que ser, do meu ponto de vista, o apelo sempre lançado pelo nosso
Presidente da República, para que resolvam os problemas e as diferenças, por
forma a criar no país oportunidades e evitar os conflitos.
FF: Quais
parcerias que seriam pertinentes para que Chibuto alcançasse o desenvolvimento
desejado?
FRANCISCO MANDLATE:
A nossa maior preocupação é estancar a erosão, por isso que estamos a procura
de parceiros para nos apoiar tecnicamente, na transmissão de conhecimentos para
que possamos estabilizar a situação da erosão na cidade de Chibuto.
Continuamos
a trabalhar no sentido de termos parceiros na área da agricultura, porque a
cidade de Chibuto dista a 5KM do Rio Limpopo, por isso gostaríamos que as
machambas fossem verdes, que produzissem comida e que nos próximos anos não sofrêssemos
muito por causa da fome.
FF: Que olhar faz
sobre o Clube de Chibuto?
FRANCISCO MANDLATE:
O clube de Chibuto representa a província de Gaza, mais particularmente a cidade
de Chibuto porque está localizada na cidade de Chibuto. Uma das culturas que a
população de Chibuto gosta é o desporto, por isso somos bons. Mesmo sem
dinheiro estamos a competir de igual para igual com qualquer equipe deste país.
E somos campeões do futebol feminino ao nível da província.
A
nossa atenção é sempre promover momentos de grandes recreações e convívios porque
isso traz maior unidade. É na cultura e no desporto que nos sentimos unidos de
verdade. Esses momentos ímpares valorizamos muito como município da Cidade de
Chibuto.
O
nosso desafio é continuar a granjear uma grande simpatia e lutar para apoiar a
nossa equipa no sentido de sempre ser o nosso digno representante na província
de Gaza, na área do desporto.
Sérgio dos Céus Nelson