terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Será possível a “dissexualização”da humanidade?



Falar da sexualidade humana é abordar de forma particular a vida da sociedade que absolutamente não escapa às dimensões metafísicas e teleológicas do Homem. A muito que temos contemplado o sadismo emergente nas nossas sociedades devido a esta esporádica expressão carnal que por vezes limita a capacidade de pensar e agir, indubitavelmente acabando por induzir-nos a uma atitude errônea da pratica sexual.
Para mim, é na verdade difícil pensar num mundo “dissexualizado” onde a sexualidade não seja vista como um vídeo game que compramos e adquirimos em cada esquina. Mesmo sabendo que a sexualidade humana é a expressão carnal do amor pessoal, existe sempre a necessidade de preservar a tal sexualidade, do que usufruirmos dela como se estivesse para entrar em extinção.
Certamente que a partir das convicções que um ser toma perante uma atitude sexual, isso passará a o qualificar dentro dos parâmetros sociais onde estiver inserido, porquanto é a partir daí que se torna imperioso definir o Homem pelo que tem de animal para averiguar as graves proporções no que cerne a sexualidade.
Para a juventude de hoje em dia, a sexualidade ou praticamente o sexo passa de certa forma a ser o B.I (bilhete de identidade) na medida em que vê o sexo como força motriz duma prova de amor. Mas será necessário ou correcto? E é esta atitude que remete-me a Jean Paul Sartre quando dizia: “ (...) mas como é sujo o amor (...) ”
Falo do amor de hoje em dia que é praticamente um hobby e nada mais que um sexo comprado e armazenado em cada compartimento do quarto de cada Homem devido ao abusivo enlace e a prática do sexo massivo que emana na sociedade espíritos pornográficos, corações putrefactos que morrem de prazer, não o prazer de querer viver e praticar a castidade, mas o prazer de devorar o último suspiro daquele “parceiro-cubaia”.
É como dizia Freud, “o ponto fraco (de nossa civilização) reside precisamente na sexualidade”, coisa que não é preciso ser um Deus ou um saudoso sábio para reconhecer o tal enigma que emerge nos nossos ditames devido a hipertrofia das nossas gulas sarcásticas. Somos vulneráveis por natureza e feridos por condição, sorte que estamos povoados de cumplicidades interiores de uma sociedade hipersexuada.
Para cada jovem hoje em dia há sempre necessidade de preservar uma garantia sexual como se de licenças vendidas se tratasse. Não é de se espantar que compremos o sexo como compramos um simples cachorro porque a luz reluzente do outrora que nos ensinava a sermos “castos” já foi a milênios extinta.
Estas fogosas atitudes podem vir a ser a maior dificuldade daqui a alguns tempos, John Rock que o diga: “a maior ameaça à paz mundial (...) não é a energia atômica, mas a energia sexual”.
Pode parecer uma visão hiperbolizada mas no que nos aflige como seres, há sempre lá uma mão do sexo. Não que esteja a dizer que tudo que fazemos, fazemos pensando no sexo. Não é isso que pretendo abordar. Mas pretendo sim ilustrar até quando e onde o sexo pode chegar com a nossa evolução sexual.
Não é de admirar-se por causa da natureza das coisas que se tem plasmado no nosso sertão, porque ainda na fase da adolescência mesmo que a biologia explique isso, há sempre um acréscimo do vício sexual. Particularmente nos dias que vivemos. Muitos dos casos são os que afugentam nos jovens o desejo abusivo da masturbação (excessiva), atitude que acaba tornando a masturbação algo “natural” e sabemos que apesar de ela ser um “aprendizado”, pode ser também uma limitação na expressão  amorosa de um parceiro para o outro.
Procuro trazer esta patologia da dissexualizacao visto que caminhamos a passos largos para uma sociedade em que será fácil praticar o acto sexual em cada esquina. Talvez já estamos na tal sociedade, onde se fala dos corifeus das licenças sexuais por de tanto contemplarmos a razão atrofiada numa tristonha desonra dos laços morais e éticos por causa desta sexualidade exagerada que usufruímos a cada dia.
Com a desmitificação dos tabus sexuais acabou-se em uma libertação erótica sem precedente. Uma sexualidade obcecante, cansativa que atrofia as normas de convivência moral e humana.
Na nossa sociedade nota se que há um rompimento com o antigo pensamento de Paul Charbonneau que dizia: “não há sexo verdadeiramente humano a não ser quando em seu exercício é sinal de amor”. Claramente que hoje em dia pratica-se o contrário.
A impotência, o esgotamento das forças vitais são resultados da prática excessiva e de certa forma abusiva do sexo. Mas muito por parte da juventude onde o pan-sexismo - força motriz da impotência sexual e psicológica torna se um costume adquirido.
Antigamente a virgindade era exaltada como a expressão de mais alta qualidade espiritual ou moral mas hoje é simplesmente uma cegueira, é estar fora da moda. Que loucura! O sexo dominou a terra!
Não conseguimos nos conter quando vemos uma saínha curta, pensamos logo em devorar aquela mulher, não é que tenhamos que ser de ferros e aceitarmos todas exibições, mas há uma necessidade de saber definir-se como um serr que pode fazer mais por si ao invés de acreditar que o sexo (Hobby) é o que merece mais atenção.
Será possível a dissexualizacao da humanidade. Acredito que não, já estamos muito avançados e parece não ter como recuar.

Sérgio dos Céus Nelson
(Filosofando em torno das problemáticas sexuais)

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Frente aos factos

Sobre o autor do blog

Sérgio dos Céus Nelson

Communication Officer at Lúrio University Journalist. Freelancer. Activist of Human Rights. Photographer

Communication and information specialist. Journalist. Writer. Screenwriter. Researcher. Motivator. Volunteer.

Founder of the Association of Environmental and Human Rights Journalists - AJADH and the Literary Association of Arts and Culture of Mozambique (ALARCUMO).

Contact: (+258) 829683204 or 846065018/879877312

Skype: Sérgio dos Céus Nelson

Journalist with Honorable Mention in the International Prize for Human Rights Journalism, by the Association of Public Defenders of the State of Rio Grande do Sul (ADPERGS) - Brazil.

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